sábado, março 01, 2008

Especial

Não estava à espera que me dissesse nada. Já tinha pensado nisso, sim, que talvez viesse um dia destes pedir-me para escrever algo numa fita, mas sempre num sentimento binomial de que talvez não o fizesse. Mas porque não o fez da forma mais simples? Bastava dizer que queria que escrevesse algo, sem necessitar de um prólogo em que me dissesse que fui especial, muito importante, único nestes anos da vida dela... Tê-lo-ia feito na mesma, sem ressentimentos que nunca chegaram a aparecer. Mas quem compreende as mulheres?

Encontrámo-nos, após alguns meses sem termos dito quase uma palavra, para me deixar a fita. Mas ao contrário de outras vezes, não senti agora mais que afecto por uma amiga, que descobri ter mantido. E talvez o tenha deixado inconscientemente transparecer e em pouco tempo se desvaneceu o seu entusiasmo inicial.
E por isso te peço desculpa se te alimentei alguma esperança, com um reencontro que em muito teve de banal.
Fiquei a pensar como em tantas outras alturas do passado, no que tivemos. Foi especial sim, mas teve os seus momentos, o seu tempo, que já passou. E tenho percebido, que o que aconteceu entre nós não foi suficientemente forte, faltou sempre algo que nos completasse e por isso não consegui lutar mais por algo em que tu nunca fizeste muito por acreditar. Manter-te-ei sempre com o carinho que te devo, pela amizade que conseguiu resistir, mas...
E agora a dúvida sobre o que escrever, em relação a alguém que agora me parece tão estranhamente desconhecida.

Também tu me apoiaste e confiaste em mim nestes anos.

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