segunda-feira, março 31, 2008

Ciúmes

Porque não te falei hoje...
Só iria dizer asneiras, estragar tudo o que prometi, hoje num dia em que senti imensas saudades tuas, como todos os outros dias em que cada minuto é passado a recordar-te, com o acréscimo de um sentimento exagerado de ciúmes, que me dominaram por completo. E porque sei que estás a tentar ser feliz, não quis "aparecer" e ser um factor destabilizador da tua felicidade, da tua, que tanto amo, liberdade.

Tive ciúmes das pequenas coisas que diariamente convivem contigo. Das pedras da calçada que todos os dias sentem os teus pés, do espelho que todos os dias vê o teu olhar, do volante do automóvel que todos os dias sente o toque suave das tuas mãos, da almofada que todos os dias sente o leve frisado dos teus cabelos, do copo que todos os dias te beija os lábios sedosos... Sinto ciúmes de tudo isso e mais. E só o facto de saber que não te posso sentir, ver, tocar, beijar, tudo isso me fez sentir que se falasse, te roubaria um pouco mais de ti, te roubaria um pouco mais de felicidade, te roubaria um pouco de liberdade.
Por isso em silêncio te recordei, como em cada minuto que o faço, linda e com o ar encantador de quem adormece numa harmonia que só é permitida a mulheres maravilhosas como tu, num sereno sono de um aconchegante sofá onde poderia ficar horas a olhar e me apaixonar por cada pedaço de ti...

E neste tempo todo, ficaram para sempre duas perguntas que nunca te cheguei a fazer e que jamais poderiam ter sido colocadas. E assim para sempre ficarei com uma dúvida que me fará recordar-te.

Ciúmes de tudo o que diariamente te sente.

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