quinta-feira, agosto 30, 2007

Big Brother

Nos dias que correm, estamos cada vez mais próximos da visão de George Orwell, de um Big Brother que tudo vê, que tudo controla, de uma IngSoc que manipula toda a actividade de uma sociedade. Não estamos no ano de 1984, mas quase parece com o controlo feito por bufos e espiões de trazer por casa, que o senhor Presidente do Conselho de Ministro alimenta, inspira e incentiva.
E por ser contra tudo isto, contra toda esta atitude "pidesca" completamente retrógrada, desactualizada e nada democrática, não pude deixar de encontrar imensa piada a uma brincadeira inocente, mas tão cheia de verdade que o meu chefe fez nos computadores do Bloco Operatório. Em jeito de retracto que figure em toda a instituição pública, colocou a imagem do senhor engenheiro (ou não... ninguém sabe afinal se é ou não), com um capacete da construção civil como fundo de ecrã. Mas como esta imagem podia escandalizar alguém e também ali se encontrar um desses muitos bufos que pelo país estão espalhados, decidiu colocar uma outra, que num refinado esforço mental, se descobriria que se tratava de Sócrates, esse filósofo grego, a quem as Universidades atribuem o nome de programas de intercâmbio. Foi o riso total, só de pensar na forma engenhosa de fazer figurar tal nome personificado como retracto de tão ilustre pessoa.
Pensam que fico preocupado, com o que escrevi? Que virá um espião bloquear o meu blog. Não. Se bloquearam o acesso a blogs e afins nos computadores das instituições públicas, nomeadamente hospitais, fico esperançado que também o tenham feito a computadores de ministros, acessores e restante comitiva política, e desta maneira pela igualdade de direitos, passe despercebido. Que virá a seguir? Cortar todo e qualquer acesso com o Mundo?

"Guerra é paz, liberdade é escravidão, ignorância é força."
in Nineteen Eighty-Four, George Orwell

quarta-feira, agosto 29, 2007

Brother in Arms

Bem-vindo à blogosfera...
Partilho da tua opinião. Apesar de ter sido mais natural que com um afastamento, nos tornássemos cada dia mais desconhecidos, mais estranhos, como já por outras ocasiões aconteceu, reparei, que cada vez mais, com o distanciamento físico do meu irmão, te tornaste no meu melhor amigo. Não serás um substituto do meu irmão que considero parte, prolongamento, da minha própria existência, mas um verdadeiro brother in arms, com quem posso partilhar momentos do meu dia, e daí que temos comunicado bastante, conversado bastante, das nossas aventuras e desamores, de tudo um pouco, parecendo cada dia como um prolongamento natural dos tempos de estudantes. E como o tempo não volta atrás, faremos do futuro um instrumento para reforçar a nossa amizade.

Abraço meu grande amigo, meu irmão!

terça-feira, agosto 28, 2007

À noite na praia

Como nos deixámos cair nesta loucura? Foi feitiço teu e da lua, essa amante apaixonada de tudo o que é romântico, testemunha de inúmeras provas de amor. E no meio de tanto encanto sussurrei palavras tão fortes, por entre a serenidade do oceano, que nunca ousara dizer, para sempre ficariam escondidas no que escrevo, nos pensamentos que nunca deixaria escapar, não fosses tu, imagem espiritual da mulher com que sempre sonhei. Abraçado a ti, sentir o teu calor e ainda assim tremer de paixão, sentir o teu respirar e ainda assim ficar sem ar, suspirar e encontrar nos leus lábios a resposta para tanta confusão. E foi o luar reflectido num maravilhoso pedaço de mar, com as estrelas como vigilantes perpétuas do amor, mas com os pés bem enterrados na areia que se assistiu à minha entrega a ti, à tua única forma de ser, que para sempre guardarei na presença da intemporalidade dessa estrela a que eu dei o teu nome, para que olhando a imensidão do céu te possa recordar para sempre, te guarde para sempre, agora que quebrámos a ligação física que nos unia.

Quando te lembrares d mim sorri, que eu estarei ao teu lado.

domingo, agosto 26, 2007

Necrófagos

Estamos num país civilizado? Será realmente assim?
Hoje deparei-me com uma das formas de vida mais miseráveis. Não que desconhecesse a realidade por completo, mas porque nunca me tinha visto confrontado em presença física com a esta forma de sobrevivência humana, tão perto de mim. Como é possível haver seres humanos, que recorrem a uma quase necrofilia para se alimentar, aproveitando restos de comida de centros comerciais para ter uma pequena refeição.
Houve-se falar nos meios de comunicação social, há mesmo quem dedique algum do seu tempo diário, para ajudar no conforto a sem abrigo, a distribuir uma refeição quente, que nos dias mais frios aconchega e traz esperança, mas presenciar tudo isto, deu-me uma tristeza profunda, vontade de chorar, deixar de comer e ofertar o pouco que tinha para alguém que certamente merecia mais, muito mais que os restos de uma sociedade de consumismo, em que o crescente número de riqueza gerada se acumula em tão poucos e onde cada vez mais, são aqueles que nada têm nas suas mesas para alimentar crianças, adolescentes e eles próprios, enganando a fome com histórias de promessas de melhores dias, de melhores condições.
Onde pára a justiça humana, onde está a solidariedade que tantos gritam, mas que poucos aplicam. Onde está a vontade de mudar esta condição miserável de existência humana. Vamos para lá da Terra, fazemos gigantescos monumentos de ornamentação, festas para comemorar sabe-se lá o quê, tornámo-nos demasiado ambiciosos, e esquecemos aquilo que no fundo nos torna humanos, a entrega ao próximo.
"A ambição cerra o coração."
provérbio popular

sábado, agosto 25, 2007

O que conta

Por quantas vezes não damos oportunidade a alguém de se dar a conhecer? Por quantas vezes pomos de parte alguém por não ser visualmente atraente?
Nos últimos dias tenho-me apercebido dos erros sucessivos do passado, tenho dado conta que o que realmente interessa, é o espírito da pessoa, a sua forma de ser, o seu interior. Esta conversa pode não ser algo de novo, na sua essência, vindo do amor platónico, mas na vida real, fora do mundo idílico em que por vezes, teimosamente, queremos viver, somos escravos da imagem para deixar amar, para nos deixarmos apaixonar.
E eis que o assombroso se abate sobre nós, quando nos apercebemos, que o que conta é o que está por debaixo da frágil capa que nos reveste, chegando-se em muitos dos casos, mesmo a uma equação quase matemática em que há uma razão inversa entre o exterior e o interior.
E é com a percepção desta forma de amar, que encontramos por fim a felicidade, o verdadeiro amor, aquele desprovido de interesses, de mera atracção física, para encontrar-mos algo mais do que tudo isso, algo que nos complete.

"You complete me..."
in Jerry Maguire

quinta-feira, agosto 23, 2007

Gato-sapato

Somos uns bonecos nas mãos das mulheres. Fazem de nós o que querem, como querem e quando querem. E nós marionetas desta vida, aceitamo-vos assim, cruéis, só porque de vez em quando lá nos alimentam com um pouco do vosso sorriso, da vossa presença, da vossa compaixão para com os seres mais miseráveis à face da terra, o homem apaixonado.
Desengane-se quem pense que são os homens o móbil que faz andar o mundo, pois até entre os mais poderosos, há sem dúvida uma mulher que o subjugue, o ponha de joelhos a suplicar pela piedade do amor.
Somos para as mulheres objecto fácil de domínio, gato-sapato, entretenimento para horas de tédio, e tudo isto só porque vos amamos e porque sofremos muitos mais sem vocês.

"Por detrás de um grande homem existe sempre uma grande mulher!"

ditado popular

quarta-feira, agosto 22, 2007

Eu não sou assim...

Estou a perder o controlo. Apesar de me ver interiormente como um rebelde, sou, sempre fui, uma pessoa muito ponderada, que avalia bem onde dá cada passo, de uma só vez, sem grandes saltos e por vezes que retrocede para fazer uma nova avaliação do caminho escolhido.
E é precisamente por isso mesmo que não entendo como me fui apaixonar por alguém que mal conheço. Deixei-me cair completamente nos seus braços, dominado como um boneco nas mãos de uma mulher em tudo linda. Após jogos de sedução
, que mais não passam por vezes de meras palavras sem sentido ou sentimento, vi-me a par com o dilema do amor, tal feitiço virado contra o feiticeiro, em que somos arrebatados pelas pequenas grandes coisas que nos fazem felizes naquele momento e nos deixam a pensar, a desejar voltar em cada segundo de ausência.
E eis que surge o conflito interior entre o querer
e o poder... Neste momento, todo o meu ser anseia estar contigo, mas as dúvidas, as expectativas que criei para mim próprio impedem-me de te dizer honestamente, Quero ficar contigo para sempre, contra tudo e contra todos, porque te amo, adoro infinitamente!

Não te posso amar tanto.

segunda-feira, agosto 20, 2007

Obcessão

Não te imaginava assim. Obcecada por uma pessoa destas, que em momento algum inspira o mínimo de confiança, um egoísta, uma fraude, que se aproveitou das tuas fragilidades para te fazer sofrer, consumir por dentro aos bocadinhos, que te faz sentir culpada sem razão e não te deixa viver. E tu, frágil como és caíste facilmente nas suas mãos, dominada por uma falta de sentimentos sem escrúpulos, como por outras vezes já fez sofrer outras em lugar de ti.
E pergunto-te? O que te torna tão diferente das outras, que tanto criticas, com atitudes similares que abominas. Porque estás obcecada por uma ilusão do impossível, de uma felicidade que sabes bem não poder alcançar junto desta imagem distorcida de homem.
Digo-te porque te adoro muito, e apesar de tudo nunca deixarei de o fazer. Abre os horizontes, afasta-te deste caminho escuro e sombrio onde caminhas, e procura a tua felicidade onde ela se encontra, longe de pessoas como esta que como corvos se alimenta dos teus ossos, da tua alma e não te deixa viver feliz como mereces.
Mas o primeiro passo és tu que o tens de dar...

Escolhe outro caminho, porque tu mereces muito melhor.

domingo, agosto 19, 2007

Loucura

Só posso estar a ficar louco. Nunca me tinha acontecido, nem poderia sequer imaginar conseguir estar um pouco mais de 6 horas a falar a um telefone. Com a curta experiência de vida, já sei bem o que a paixão desmesurada pode fazer, mas até esta tem o limite da racionabilidade. E o mais estranho desta situação pouco ortodoxa, foi o facto de me deixar encantar por uma voz sedutora, uma inteligência fora do vulgar e uma personalidade espantosa, que me fez duvidar dos fundamentos edificadores da minha vida, da minha forma de ser, do meu mundo.
Em acto de perfeita loucura, passei a partir deste momento, de um cepticismo fervoroso a dar oportunidade ao desconhecido, ao que está para além da minha visão, do meu toque, da minha percepção, tornando-se para mim...

Um novo desafio!

sábado, agosto 18, 2007

Cyrano de Bergerac

Nos últimos tempos, fruto de uma acesa paixão de um grande amigo meu, tenho-me sentido um verdadeiro Dr Love, um Cyrano de Bergerac.
Quem ama sabe bem que a presença de uma mulher nos tira qualquer réstia de racionalidade que possuamos. E por isso, tenho dado algumas dicas, em jeito de "diz o roto ao nu", sobre como traduzir por algumas palavras de afecto todos esses sentimentos que nos dominam, consomem e nos deixam num estado verdadeiramente estupidificado. É muito mais fácil para quem está de fora do jogo encontrar soluções para o "ataque", numa posição de treinador de bancada num emaranhado de um quase triângulo amoroso, em que um real Cristiano ouve e emprega "poemas" de um fictício Cyrano para deleite da sua tão magnífica amada Rossana.
Mas para a felicidade dos amigos faço tudo, ainda mais, quando vejo grande futuro nesta relação entre os dois, naquela que foi uma boa escolha das partidas de Cupido! E se um dia der maus conselhos, que caia sobre mim a desgraça eterna.

Falar é fácil! Mas sentir é asfixiante...

quarta-feira, agosto 15, 2007

Anorexia

Que sentimento estranho... Quando necessitamos de forças para lutar por quem amamos, é paradoxalmente a mesma altura em que parece que não precisamos de renovar a nossa energia para continuar na luta. Surge o aperto no estômago, o na garganta, as náuseas com os odores de comida, as ânsias só de pensar sequer que a pessoa que mais desejamos no mundo está perto de nós.
Não sentimos necessidade de alimentos, porque nos saciamos de paixão, que nos enche a alma de tal forma que suamos afrodisiacamente. Tal como se não houvesse ar, respiraríamos do amor de uma relação. Pensamos ser invencíveis, imortais, capazes de enfrentar a inevitabilidade das leis da existência. E tudo porque uma mulher é capaz de nos tirar os elementos que consideramos serem essenciais à sobrevivência, para nos ofertar uma vida única, de felicidade na miséria humana, num só gesto, numa só palavra, num só olhar, como acto divino de criação.

"Nem só de pão vive o Homem. Mas de toda a palavra que vem..." da mulher.

domingo, agosto 12, 2007

Rituais

Já não há quem ame o que faz, quem acredite nos valores que pratica. Vemo-nos confrontados diariamente com pessoas que se limitam a viver rituais, que em tudo têm de semelhante à verdade, mas que não passam de meros espectros, ilusões do real, da verdadeira paixão que move cada um de nós.
Não sei quando toda esta frieza começou, esta posição desinteressada de trabalhar, fazer, estar, mas noutros tempos, as pessoas mostravam brio no que faziam, em tempos que era mais difícil fazê-lo. E como consequência temos uma sociedade triste, empobrecida no espírito, sem grandes razões e convicções para lutar por algo melhor.
E por isso emprego sempre toda a minha alma, todo o meu interior, em tudo o que faço, com vontade de contagiar quem me rodeia, para que na esperança de um efeito "epidémico", as pessoas se sintam mais felizes, realizadas e honestas, sobretudo consigo próprias.

A verdadeira felicidade vem do nosso íntimo.

sábado, agosto 11, 2007

Menino de Coro

Gostava de ser um rebelde. Ir contra certos princípios sociais impostos. Quebrar regras. E no fundo, apesar de tanta luta interior, acabo por ser um autêntico menino de coro. Não tenho nenhum vício que possa ser recriminado, não tenho nada na vida que possa dizer que é uma loucura, estimulante, que liberte alguma "adrenalina". Enfim, uma vida sem nenhum desses prazeres que se criam, confrontando-se o correctamente estabelecido, fazendo-se algo que arrisque a própria vida.
Como eu gostava de mudar, de chocar as pessoas que me vêem como um paz de alma, um caldinho insonso, que notariam em mim, qualquer pequena mudança de atitude, para ao menos viver livre de preconceitos, de estereótipos que criaram, porque me sinto preso a esta máscara de imaculada postura social, que tanto me irrita.
E por isso, por tantas vezes, gostava de partir para um país onde somos todos iguais, onde o dia-a-dia se faz lutando pela sobrevivência, mas livres das mariquices complicadas do aspecto que uma atitude possa ter, de padrões impostos pela estratificação estabelecida. E é por isto que a África Subsariana me chama com tamanha força, onde o complexo de superioridade se desfaz e onde todos somos instrumentos de construção iguais de uma sociedade melhor mas com oportunidades iguais sem regras pré definidas.

Sinto uma vontade enorme de desafinar o coro.

Semelhantes

Tanto conflito. Tantas vezes crítico. Tanta negação. E afinal nas pequenas coisas, reparo que sou igual ao meu pai. Mesmo temperamento, mesma forma de pensar.
Toda a vida cresci, na sombra de parecenças físicas com o meu avô materno. Ainda hoje, anos após a sua partida, as pessoas invocam na minha forma de ser, no meu aspecto, o meu avô. Mas reparei, que sou espiritualmente igual ao meu pai. E não se trata em exclusivo, daqueles traços comuns a todos os homens, em que seria tão fácil dizer que somos todos iguais, mas naquilo que nos distingue uns dos outros.
E o que me deixa confuso é que apesar da percepção desta realidade, continuo a batalhar-me contra atitudes do meu pai, como se estivesse agora a lutar contra a minha própria personalidade, contra eu próprio.

Afinal, semelhantes.

domingo, agosto 05, 2007

Expectativas

Hoje fiz uma promessa a mim mesmo. Vou deixar-te.
Adoro-te, ocuparás para sempre um lugar no meu coração. Estava mesmo disposto a lutar por ti eternamente, mas só se compreendesse o porquê das coisas. Porque não queres uma maior aproximação, porque não me dás oportunidade de te amar. E por isso mesmo não aguento mais estes voos em que me atiro de cabeça por amor incondicional a ti, para me encontrar despenhado no fundo de um local onde o desespero se instala e uma tristeza profunda se abate sobre mim, da qual tenho dificuldade em passar.
Parto, ignorando todas as expectativas que tinha contigo, que tu inconscientemente me criaste, ou que eu na minha ingénua paixão por ti, me fiz acreditar, com a ideia de que poderíamos ter sido imensamente felizes.

Por amor a ti, Adeus.