segunda-feira, julho 17, 2006

Hipertermia

Mas que dias de calor se têm feito sentir. Basta uns breves minutos de exposição solar e lá começam de imediato as glândulas sudoríparas, a sua actividade para a dissipação de calor, dando-me um aspecto de quem acabou de saír debaixo de água. E por mais água que consuma, sinto a cada momento a necessidade perene de líquidos e fresco. Cheguei a ponderar a hipótese de me submergir em água, mas percebi que a nossa "evolução" nos amputou a capacidade de permanecer por longos períodos na água sem ficarmos com a pele enrugada, paradoxalmente como se estivesse mais desidratada. Também pensei dormir com a porta do frigorífico aberta, mas um pensamento mais cuidado, fez-me perceber que se tratava de um método de ar-condicionado rudimentar, nada eficaz energeticamente e muito pouco ecológico. Fiquei sem ideias para o combate a estas "chamas" que me assolam e continuei a penar deitado, durante a noite num verdadeiro reboliço na demanda por um pedaço de colchão de temperatura inferior à do meu corpo.

Como aprecio bem mais o Inverno. Nenhum frio, é frio demais, quando se tem mais um par de meias, um cobertor quentinho ou uma lareira para se acender. O frio somos nós que, quase sempre, o dominamos, enquanto que o calor nos domina, tanto fisicamente, ao ponto de sentir-mos a vontade de nos arrancar-mos da nossa própria pele, como mentalmente, tornando-nos apáticos, pouco reactivos, sem vontade de nos mexer-mos. Agora compreendo as anedotas sobre os alentejanos!
Quando é que tudo isto vai passar? Talvez se pensar nos dias de inverno em que a neve enche o parapeito da janela, lá pela serra que me viu nascer, consiga enfim descansar das batalhas infernais com a temperatura que se faz sentir. Ainda há quem acredite que...

...calor e frio, são só um "estado de espírito".

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