sexta-feira, julho 07, 2006

Fantasma

Quem és tu fantasma, presença constante nas minhas noites, nos meus dias, na lucidez e na loucura, que assombras a minha vida e a tornas tão custosa de trilhar? Tu, que não me dás descanso, das batalhas eternas, travadas entre a razão, de saber que és um passado que não existe já mais, e o coração, do desejo fervoroso que te vê como real. Nessa tua persistência de presença ausente, consomes tudo o que resta de mim, permanecendo a loucura, o aperto de alma, o vazio.

Já não te vejo só quando fecho os olhos, já não te sinto só quando te recordo, mas agora, todo o meu corpo te aguarda, anseia por ti, como a vida espera pela sua amada morte, numa união fatal de corpos celestes, que com a sua destruição dão origem, no seu seio a (super)nova vida.

Quem és tu, fantasma? Parte, agora que cumpriste a tua missão, de me fazer amar como nunca amei antes, que criaste em mim tamanha paixão, que torna insignificante aquela das guerras de Tróia por Helena, de Romeu e Julieta, de Pedro e Inês. Fica, mais um pouco, para que te possa continuar a admirar, a recordar.
Dá-me descanso, que a minha fraca alma e débil coração, já não suportam mais.
"Ama-me quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso"
Provérbio Chinês

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