domingo, dezembro 30, 2007

...há ir e voltar...

Valeu a pena as cerca de 11 horas sentado num carro para um "há ir e voltar" de 2 dias para um reencontro há muito planeado e esperado. A causa justificava em muito o esforço suplementar de energia dispendida! A aproveitar os anos da Maggie, decidiu-se festejar a partida da Inês e da Sofia para as colónias ultramarinas dos Açores e Madeira, respectivamente, para uns curtos anos de sacrifício pela especialidade pretendida...

O dia começou com a partida até à Aveiro, onde tal comboio regional se fez apeadeiro para uma romaria algarvia. Aproveitámos, os mais preguiçosos, para umas compras de última hora, mas como a escolha foi feita por três homens, a pouca originalidade de um perfume acabou por prevalecer a algo mais digno de uma prenda de anos a uma senhora.
Com a chegada da Inês partimos finalmente rumo à segunda estação da linha traçada, Leiria, onde nos esperava a Sofia (ou melhor onde esperámos a Sofia), quinta tripulante do comboio que agora se encontrava repleto. E como o tempo urgia, decidimos pôr um pouco mais de carvão na fornalha e seguir a todo o vapor até ao destino final. Não sem antes assinalar a passagem com uma forte buzinadela, junto a Castro Verde, a elegante linha fronteiriça que separa Portugal dos "Algarves" (ou será AllGarve?!), esse país estranho para lá do caldeirão, onde a língua é muitas vezes outra que não a portuguesa.
E passados os campos de Ourique, onde o próprio Afonso, Rei de Portugal, mas não dos Algarves, se debateu, chegámos por fim ao destino, não sem outra das, muito típicas, peripécias do Sebastião, que embaraçou toda a comitiva. Convicto do rumo a tomar, sem a ajuda das modernices do GPS, lá íamos nós em direcção a Alface e Bordaleira, perdidos em parte incerta, tão perto que estávamos de Santa Bárbara de Nexe. E foi mesmo com a ajuda de Santa Bárbara "bendita, que lá no céu está escrita", que nos encontrámos, porque telemóvel é coisa que não funciona por aquelas bandas, e assim "achámos" a Casa das Pedras!

Foi chegar, cumprimentar e comer! E que bem que soube após uma desgastante viagem de norte a sul!
Feito o desjejum, cozinhando cada um a própria ceia, lá iniciámos por fim a verdadeira razão da viagem. O convívio entre todos nós que partilhámos tanto durante 6 anos de um curso tão longo. E como foi bom recordar outros momentos passados juntos, recordações que se arrastaram por toda a noite e que fez que o dia seguinte só começasse para alguns a meio do dia. E como ir ao AllGarve e não ver o mar, é como ir a Roma e não ver o Papa, antes do almoço, que acabou por ser só por volta das 16h, fomos apreciar a grandiosa pacificidade do mar quente que convidava a uma imersão, tal banho de São Silvestre, para entrar no novo ano. Mas longe das loucuras de outros tempos, talvez pela falta de ópio, regressámos ao quartel general para a dita refeição e para mais umas longas horas de amizade familiar, de verdadeiros irmãos, porque infelizmente 48 horas passam a correr.

E na manhã seguinte, lá deixámos para trás os que por lá ficaram, e voltámos os restantes a Aveiro, agora 4, para me encontrar, depois, ansiosamente à espera de notícias de quem esteve tão perto, mas não pude alcançar...

Estaremos sempre todos juntos dentro do meu coração!

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