quarta-feira, dezembro 12, 2007

Comunicar

Penso eu que tenho o dom da palavra, mas no momento da verdade, lá se vai a presença de espírito e surge a insegurança, o pouco controlo, enfim, a ignorância.
Foi-me pedido que integrado no meu estágio na Clínica Geral e Medicina Familiar fosse apresentado um tema de interesse clínico, para os restantes colegas do Centro de Saúde. Até aqui tudo bem. Nada de novo, entre journal club, revisões teóricas de doenças, novas terapêuticas, tudo já experimentei, com maior ou menor domínio da matéria. E desta vez, foi uma revisão sobre a introdução de Insulinoterapia num diabético do tipo 2. Não era à partida uma tarefa difícil, conhecia o tema, com algum domínio do assunto e com a devida preparação seria de certo uma apresentação fenomenal. Tinha inclusive feito uma espécie de guião, que li e reli até à exaustão, para acompanhar a informação disponível visualmente na apresentação, para que saísse um discurso fluente e sem os famosos momentos "ahh", bengalas de linguagem que me atormentam e perseguem.
Não resultou. A ansiedade criada até por uma apresentação em família, fez com que o discurso parecesse mais desconexo, com falhas, parecendo um ignorante no meu próprio trabalho... Mas lá passou com as palmadinhas finais nas costas de consolo e agradecimento, de uma plateia que era inicialmente só de médicos, mas que afinal se engrossou e passou a ser constituída também por enfermeiras que após terem conhecimento do tema se quiseram juntar e que me fizeram sentir julgado em demasia, por quem lida diariamente pelo ensino directo ao diabético.
Para a próxima tomo um ansiolítico!

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