quinta-feira, maio 04, 2006

Parte da máquina

Considero-me uma pessoa calma, pacífica, incapaz de "fazer mal mesmo a uma mosca". Mas quando me ponho ao volante de um automóvel, transmuto-me por completo e fico com uma agressividade, parecendo que me tornei parte da máquina, insensível, duro, sem alma.
Foi aqui que comecei a perceber o que se passa com a maioria dos condutores deste país de pequenos Schumachers. Ao volante da sua armadura não corpórea, o indivíduo assume uma atitude de agressividade semelhante à de um animal com o seu instinto de caça, sedento de sangue e que só pára após a conquista do seu objectivo.
Tornamo-nos facilmente irritáveis, com ideais de grandeza, autênticos maníacos, sendo incapazes de medir o perigo tanto para com os outros, bem como para nós próprios. Daí o número crescente de homicidas-suicídas que dentro da sua arma carregada e destravada seguem pelas vias em contramão, à procura da morte.
Tolerância e respeito pelo próximo e sobretudo por nós próprios é a resposta.

"Imagine... A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world..."

1 comentário:

Shara disse...

Aiii que medo!! So de pensar que saio todos os dias á frente de ti no parque de estacionamento... A partir de agora vou ficar a fazer conversa com o "senhor da gota" até assegurar que ja passaste os semáforos e o McDonald's e só ai retiro a minha verde viatura e sigo para casa :P

Fora de brincadeiras, acho que tens razão... Um bocadinho de tolerância e civismo não nos fazia mal nenhum.