terça-feira, novembro 13, 2007

Ninguém diga que está bem...

Pensamos nós, enquanto médicos que podemos controlar a dor, a doença, a vida, e quando damos por nós sentimos dor, adoecemos e morremos como os restantes.
Foi com uma enorme surpresa que soube que um colega meu de curso e grande amigo adoeceu subitamente, de tal maneira que teve que ser submetido a uma intervenção cirúrgica de urgência. Uma simples apendicite, o mal do flanco, como era designado na idade média onde levava muitas almas, que surgiu como seria de esperar sem aviso prévio, atacando desta parte aquele que em circunstâncias normais deveria diagnosticá-la de imediato. E para provar que "em casa de ferreiro, espeto de pau", a negação foi levada até a um extremo em que poderia por mesmo em risco de vida, por nos acreditarmos como semideuses, imunes por natureza às mesmas leis que o comum mortal.
Mas no meio disto, há o seu quê de experiência que doutra forma não seria vivida... Uma das coisas das quais mais senti curiosidade em saber, porque nunca fui operado, foi saber de forma objectivamente descrita, qual a sensação que se tem durante a indução anestésica e o acto cirúrgico em si! E se estava à espera que me fosse dita uma resposta conclusiva, que me causasse espanto, foi grande a decepção ao saber que nem dois segundos bastaram para entrar num sono tão profundo, não-REM, impossibilitando o estado de vigilância da mente, que permitisse a "visão" de algum fenómeno ainda por descrever. Talvez tenha eu mesmo de ser sujeito a uma cirurgia, para avaliar por mão própria os seus efeitos!
As melhoras rápidas.

1 comentário:

Hudson Hawk disse...

Obrigado amigo.
Foi um momento complicado, mas que felizmente não teve consequências de maior :)
Um abraço