sexta-feira, setembro 28, 2007

Bem receber

Não é o povo português na sua globalidade que exerce tão bem a arte de bem receber... São mais exactamente os minhotos! Povo único, alegre, sempre disposto a oferecer a quem chega o que tem e mesmo o que não tem, só para conforto do seu hóspede e lá acabei também eu por passar uma noite no condado Portucalense. Agraciado pela recepção sempre calorosa, e pelo aroma alcoolizante do vinho verde, decidi ficar. Vinha preparado para tudo. Ficar ou partir nessa mesma noite, não fosse a minha mãe a preocupação personificada e me ter obrigado a pôr mais do que a vontade de partir no saco! Mas valeu a pena.
Conhecer tão agradáveis e simpáticas pessoas e absorver por uma noite que fosse um pouco do ar que deu tanta inteligência e personalidade ao meu "irmão". Senti-me com forças para permanecer toda a noite a ler os seus livros, tão cuidadosamente estimados e ordeiramente colocados na estante. Mas tinha de descansar. Queria causar o menor incómodo possível, o que me fez passar a noite toda em cima da coberta da cama, só para não desmanchar o que essa tão simpática senhora homónima da Professora de Farmacologia, tinha árdua e diariamente feito. E que frio senti no abrir da aurora, mas que me fez despertar, para a viagem de regresso.
Ainda ofereceram gentilmente a este peregrino pouco merecedor um "caldo de pedra", para que partisse com o estômago aconchegado, na viagem de regresso.
Quando quiserem visitar as Beiras, receber-vos-emos de braços abertos e com um tecto humilde ao vosso dispor.

Muito obrigado por tudo!

quinta-feira, setembro 27, 2007

Revisitar

Que excelente pretexto! Aproveitei a ida do Sporting a Guimarães pela ocasião da recém criada taça da Liga, para revisitar velhos e bons amigos!
Foi tudo mais ou menos combinado de antecedência, mas com o seu quê de improviso do momento, factor preponderante para que esta minha viagem corresse bem... Pois sei perfeitamente que comigo e com os meus planos, tudo o que é feito com muita antecedência nunca corre pelo melhor, ou acaba em muitas circunstância por não acontecer.

E então lá fui eu... À descoberta do conhecido, e passar em primeiro lugar por Santa Maria da Feira, ou mais exactamente por uma freguesia próxima, para revisitar um grande amigo, que por força do afastamento natural imposto por estudos, trabalho ou simplesmente pela vida, já não era visto e ouvido há "c'anos". E que agradável surpresa, vai ser pai! Quem diria que também este antigo seminarista teria uma vida conjugal e os seus frutos antes de muitos outros que nunca sequer ponderaram dedicar a sua vida a uma causa maior, a de servir a comunidade.
Como visita de médico que foi, não me pude ali demorar, onde fui tão bem recebido. E como teria sido bom ter ficado um dia ou dois para actualizar tantos dias de ausência. Mas parti... A cidade berço, essa que pela tradição lusitana diz ter visto nascer o grande D. Afonso Henriques e que se tornaria verdadeira pedra angular do patriotismo emergente, aguardava por mim.
E com mais uma das minhas peripécias! Com convicção plena na minha memória arrisquei e tentei encontrar uma rua que, dizem os que lá vivem, não é fácil de chegar à primeira! Mas com o milagre das comunicações sem fio, lá encontrei a terra de "Vera Cruz", o local onde aportei a minha embarcação, ponto de partida para uma noite de aventura. Não antes, sem reencontrar um enorme amigo... grande amigo seria dizer pouco. Um amigo que se tornou maior no paradoxal naturalismo da ausência. E como louco que sou, ou me tornei, decidi ir à batalha de São Mamede, ostentando as armas de uma facção distinta à do visitado! Mas com a coragem que nunca tive, lá fui, orgulhosamente acompanhado até ao estádio, rodeado pelo "inimigo", que não pouco frequentemente me olhava com ar ameaçador de quem agride violentamente alguém! Mas não fosse o meu ar de superior postura física, não sairia daquele local vivo. E ganhámos, mesmo que no final me tenha encolhido, enfiado o rabo entre as pernas e tentado passar o mais despercebido possível, não fosse algum dos peões ou cavaleiro contrário enfiar a sua espada, adaga ou o tão elegante pico no meu peito, que abriria, mesmo assim, ao embate, tal era a felicidade da vitória!

Acabei por pernoitar em terras minhotas, adocicado pelo aroma do início de fermentação do vinho que aqui é verde! Mas isto é tema de outra conversa...

Parti no dia seguinte, com o coração mais feliz, não pelo resultado do confronto futebolês, porque esse tipo de felicidade é fugaz, mas por numa só viagem ter feito a ligação entre dois amigos que estimo muito, aproveitar num dia no que em outras ocasiões seria impossível concretizar, pelo comodismo, inércia ou preguiça.

Quando voltei a Viseu... Nem um minuto descansei! Convocado para mais uma batalha, agora na condição de veterano, e continuar a vindima que se arrastaria por mais 4 longos e fastidiosos dias, mas que se passariam bem, pela motivação de dever e prazer cumprido!

Voltarei, se Deus quiser!

segunda-feira, setembro 24, 2007

Winery

Foi precisamente por todo o alvoroço desta época que tanto aprecio, que tirei alguns dias do trabalho que tanto adoro, a Medicina, para o trocar por um mais braçal, a Agricultura, e entrar na cadeia que leva à produção do líquido que alguns dizem vindo dos Deuses, mas que eu, em opinião própria abomino, nem mesmo pelas suas qualidades "terapêuticas" quando ingerido em quantidade moderada.
É a vindima que hoje recordo. Mais que uma necessidade, trabalho ou prática enóloga, é uma paixão andar na colheita do fruto e mais tarde participar no seu processamento. O prazer no pisar das uvas, as "cócegas" que faz, a alegria que dá ver todo este acto, faz-me pensar em mim um pouco como agricultor, mais próximo da terra, perto da fonte da vida. Como se aqui visse a criação de vida e o seu sustento e na Medicina uma forma de tratamento e manutenção da mesma. Como duas áreas que na sua essência mais filosófica se completassem.
E se tiver forças todos os anos terei uns dias disponíveis para este acto de amor, e quem sabe um dia com uma dedicação mais próxima desde o rebentar dos primeiros ramos, passando pelo acarinhar da videira ao longo do processo de evolução até à conclusão do processo que é a colocação do néctar nos pipos! Mas como se costuma dizer, embora noutras ocasiões...

Até ao lavar dos cestos é vindima!

quinta-feira, setembro 20, 2007

Autoridade de Saúde

Nunca pensei ter que voltar ao sacrifício que foi para mim a Saúde Pública na faculdade. Foi certamente um dos meus piores momentos enquanto estudante. Não pelo seu conteúdo, pelas suas áreas de intervenção, mas por um misto de experiências que me fizeram odiar esta suposta área médica.
Mas como as expectativas eram poucas, não posso dizer que fiquei desiludido por completo pelo reviver de situações. Mas apesar de tudo, tenho de admitir que sair do gabinete, entrar no terreno, para fazer vistorias, colheitas de análises e restante peritagem técnica com os técnicos de saúde ambiental, tem os seus momentos emocionantes. Certamente mais emocionante que ficar sentado, a passar cartas de condução, fazer contas para cálculo de incapacidades, ou simples e enfadonha estatística sobre problemas ultrapassados e com interesse nulo para o domínio da saúde pública.
Se não fosse o período de férias, quase obrigatório neste estágio, muito provavelmente passaria as passas do Algarve, como num enfrentar de stress pós-traumático, do trauma do tempo de estudante.
E após o regresso de férias serei só por alguns dias mais um dos representantes da autoridade de saúde local, com poder para fazer quase nada.

O pior é quando a autoridade passa a autoritarismo...

terça-feira, setembro 18, 2007

Filas

Foi preciso sair de Lisboa, para compreender finalmente o que as pessoas que todos os dias tentam entrar em Lisboa e o que os noticiários da manhã informam, relativamente às intermináveis filas que se formam. Digo tentar entrar, porque tamanho deve ser o desespero matinal, de muitos dos automobilistas e restantes ocupantes do veículo.
E como com o mal de uns estão outros bem, esta visão, reforçou mais a minha vontade de abandonar esta cidade infernal, e encontrar a paz que deve acordar connosco e acompanhar todo o dia, numa cidade mais calma, em que o trânsito seja a última das preocupações e não uma das mais importante.
No meio de tanto caos, há sempre uma luz de esperança, na minha ida agora diária até Oeiras vi, ao largo da costa daquilo que não sei bem se é Tejo ou Oceano Atlântico um enorme navio de cruzeiro, como que a anunciar o mais longo tempo de férias que se avizinhava desde o dia em que iniciei como trabalhador!

Agora entendo a ansiedade das pessoas...

segunda-feira, setembro 17, 2007

Tratar

Inicio hoje o estágio corresponde aos cuidados primários de saúde. E como não podia deixar de ser, as coisas têm um nome por uma razão de ser. Cuidados primários significa precisamente o contacto inicial que um doente, ou neste caso em particular o utente (palavra que não gosto de usar, mas que nos cuidados primários é a correcta), tem com a Medicina. Não uma medicina de doença, como aquela que idealmente se atende em meio hospitalar, mas uma medicina da saúde, assente na prevenção, no aconselhamento de medidas saudáveis, mas que em muitos casos se torna na ferramenta mais importante de articulação do doente, desde a sua concepção até à fase terminal da sua vida, num tratar "na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, nas alegrias e nas tristezas, até que a morte os separe". É esta proximidade que permite ao médico de família ser o principal e mais importante médico na vida de um utente, com responsabilidades muito mais significativas do que aquelas que por vezes assume, fruto muito provavelmente da falta de consciencialização da saúde por parte dos utentes, dos seus direitos e fundamentalmente dos seus deveres de promoção da saúde.
Espero tirar destes próximos dois meses muitas aprendizagens, que sirvam acima de tudo para entender o doente em todos os seus domínios, não só como portador de uma doença, mas no seu contexto social e familiar, porque apesar de tudo, acima de médicos somos essencialmente seres humanos... alguns de nós pelo menos!

Tratar a Saúde

sábado, setembro 15, 2007

Honra

Há muito tempo que não se via uma manifestação de tamanho Patriotismo. Uma lição de o que significa verdadeiramente a Honra, a percepção do que se faz pode ser pouco, mas que é feito com toda a , dedicação e confiança que no último momento todo esse empenho teve a sua recompensa, a satisfação de tarefa cumprida, enaltecendo os mais altos valores. Isso é Honra...
Falo precisamente da derrota da selecção de Rugby de Portugal contra a selecção da Nova Zelândia, mas mesmo assim, nunca uma derrota pareceu tanto como uma vitória. Uma vitória de David contra Golias, do espírito batalhador contra o consumar dos factos... E não fosse a sorte divina querer e teríamos surpreendido muito mais!
Mas no futuro, quando alguém quiser mostrar a um outro o que é ser português, o que é estar na vida com uma postura honrosa, cheia de valores, bons valores, teremos sempre as memórias colectivas deste dia como exemplo vivo!

Honra é fazer vencer os valores sobre a indiferença.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Cirurgia

A acabar aquele que poderá muito bem ser o último contacto enquanto cirurgião, levo um misto de sentimentos comigo. Conheci certamente óptimas pessoas, excelentes colegas, brilhantes cirurgiões, mas com algumas falhas enquanto médicos... É isto que percebi da cirurgia. Muitos dos colegas são excelentes no domínio da técnica cirúrgica, no manuseamento da peça e da abordagem intra-operatória. Mas possuem as suas falhas enquanto médicos, sobretudo na lide da terapêutica e não poucas vezes, na sua relação com o doente, que deve ser visto sempre como um ser humano individual e não uma "peça cirúrgica andante".
Mas nem tudo é mau. Conheci um excelente chefe de serviço, que me fez passar de uma postura de "não tenho grandes ambições de carreira", para uma outra completa distinta e mesmo oposta de "gostava de vir a ser um chefe de serviço assim". Por ser diferente dos outros, mais humano, mais médico e ainda assim grande cirurgião, pelo que me fez ver numa cirurgia que não é desligada da Medicina, que em muito invejava, mas sim uma sua irmã, que a completa, que se articula com esta para oferecer ao doente a melhor qualidade de vida. E vida, lições de vida, foi o que muitas vezes tirei das nossas conversas no cumprimento obrigatório de horário a que diariamente me sujeitavam!
Por tudo isto,

Muito Obrigado Dr Nogueira!

quinta-feira, setembro 13, 2007

Vivo isolado

Sinto que vivo isolado. Como uma insignificante ilha no meio de um tenebroso mar, distante, cada vez mais de um Continente habitado por pessoas que a cada dia me são mais estranhas. Cada dia que passa arrasto-me numa sobrevivência diária, continuamente a perder o apoio de quem tinha por perto, à espera do desejado tempo em que partirei para um outro sítio, mais familiar, onde me sinto melhor.
Em grande parte será culpa minha, provavelmente só culpa minha, mas o afastamento a que voto cada dia em Lisboa, é fruto de atitudes pouco sensatas, dignas até de pessoas que comigo partilham um pedaço da vida. E como as amo muito, como se fossem parte integrante de mim, não entro em "confronto", nem tento sequer dar o meu ponto de vista, fazer perceber a realidade... e daí a minha indiferença, o meu silêncio. Mas tenho andado muito desgostoso com toda esta situação, que me deixa profundamente isolado e com vontade, mais do que nunca de deixar Lisboa e vir para onde sou feliz, Viseu.

Sinto que caminho cada vez mais sozinho...

terça-feira, setembro 11, 2007

Voltaria atrás?

Por quantas vezes ficamos com aquele sentimento, sensação que nos consome aos poucos por dentro, do como seria se fizéssemos as coisas de maneira diferente. Não serei certamente o único. Mas hoje especialmente tenho-me confrontado com várias passagens da minha vida, em que podia ter seguido um caminho distinto, opções diferentes. Não sei porquê, até porque nem é um daqueles dias de profunda melancolia, em que parece todo o mundo abater-se aos nossos pés.
Mas como seria?... Estaria no mesmo lugar do "espaço vivencial" onde me encontro? Teria a mesma vida, os mesmos amigos, seria, sentiria da mesma maneira?
Tudo isto, perguntas que nunca obterei resposta, mas que sem sentido, ocupam os meus pensamentos, alimentam-nos de dúvida, de receio, mas que por outro lado lhes ofertam a capacidade única da ponderação, de decisão reflectida, para que cada degrau da escada da vida se dê numa aparente segurança, e para que na queda nos possamos sustentar, segurar aos poucos momentos de certeza, para avançar e reforçar a ideia de que o destino de cada um se vai construindo a cada dia, e que são muitas mais as incertezas que encontramos na frágil vida do que as certezas e que por isso cada momento deve ser vivido como o último, como se não houvera o amanhã, para ultrapassar as dúvidas do "e se...". E mesmo correndo o risco de banalizar...

Carpe Diem

segunda-feira, setembro 10, 2007

Hei-de...

Hei-de estudar até não conseguir mais. Não cederei à tentação do desleixo, do descuido da simples ignorância. Tentarei em cada dia, com a força que me for permitida lutar para conseguir a cada momento, estar a altura do problema, da situação, do doente. Nos últimos tempos, tenho-me deixado estagnar pelos conhecimentos adquiridos na faculdade, mas chegou a altura de avançar, seguir em frente e melhorar as minhas capacidades, os meus conhecimentos e dar aos doentes todas as oportunidades possíveis de cura, de solução, de esperança. Não me refugiar na estupidez da ignorância e estudar. Estudar até um ponto, em que todo esse conhecimento saia com tanta naturalidade quanto um acto de banalidade diária, como se toda a minha vida o tivesse feito, como parte integrante e estrutural de mim.
Não baixarei braços nunca, nunca me permitirei dizer não sei, desconheço, nunca tinha pensado nisso. Não desistirei de tratar, de curar, de proporcionar felicidade no acto da cura a quem por confiança por vezes cega, deposita em nós toda a sua esperança e mais do que isso, muito mais do que isso, a sua vida e alma.
Só preciso de renovar em mim, cada dia que passe, o sentimento de entrega incondicional por amor, dedicação, sacrifício ao doente.

Que tenha força para me fazer cumprir...

sexta-feira, setembro 07, 2007

Desterrado

Tanto tempo aprisionado, neste Tarrafal a que me votei, desterrado nesta triste terra de Olissipo, só porque cometi o crime "político" de a ter escolhido para abraçar o primeiro ano enquanto profissional, de uma nova forma de vida.
Tantas são as saudades que alimentei da serra, do cheiro a terra da lavoura, da brisa dos montes, das árvores, do canto animado dos pássaros que tanto adoro, que vivo cada dia desorientado, sem destino, nesta cidade de desgosto, tristeza e miséria.
E chegou finalmente, após tantos dias, o momento de revisitar os locais que amo, sair em liberdade condicional, para desfrutar um pouco do sabor de ser livre, feliz nesse sítio que quero que seja o meu sítio no final da pena de 8 longos anos. Tenho no entanto, perfeita noção que voltarei antes de todo este grande objectivo, aos "trabalhos forçados na prisão". Mas é o sonho da liberdade, a certeza do voltar um dia para ficar, que me segura a esperança e a alma no dia-a-dia penoso do desterro arrastado.

Um dia irei para ficar!

segunda-feira, setembro 03, 2007

Renascer

Todos nós lamentamos a perda de uma vida. Todos ficamos tristes com a morte, sobretudo quando de forma trágica, abrupta, sem aviso de um jovem, de alguém que tinha tanta vida para viver.
Mas também não é menos verdade que por vezes, infelizmente não tantas quanto desejáveis, a perda de uma vida faz renascer tantas outras. Confrontei-me de novo nestes dois meses com o drama da transplantação, com os problemas éticos, sociais e humanos, envolvidos em todo este processo que acima de tudo tenta dar vida a uns, respeitando dignamente a entrega de outros.
Mas mesmo assim, a oportunidade nem sempre é aproveitada, no momento em que há receptores que "gentilmente" cedem o órgão que há tanto tempo aguardavam, muitas vezes só por um capricho, e que mais tarde se vêm a arrepender. E tantos que esperam anos sem terem a sua sorte, com a infelicidade de outros, para poderem renascer com uma nova oportunidade de vida.

Vidas que renascem quando outra termina.

sábado, setembro 01, 2007

Presunção

Porque há médicos presunçosos, que se acham superiores aos outros, mesmo maiores que a vida? Não compreendo como é que qualquer pessoa e muito mais um médico, que se propôs a servir o doente, a servir a comunidade, não de uma postura de elevação, mas de humildade, pode por vezes sentir-se maior que tudo o resto, assumir uma posição de superioridade.
Esta característica nota-se sobretudo em "super" especialistas, que mais do que ver doentes, são autênticos consultores de Medicina. Delegam a parte laboral e de contacto humano a outros, segundo estes menos diferenciados, e com base na sua vasta experiência de seres superiores, decidem unicamente opinar sobre o rumo de uma decisão terapêutica ou diagnóstica, sem nunca de facto fazer qualquer tipo de intervenção directa no doente.
Enfim, ainda bem que não há tantos assim, destes semi-deuses de "meia-tigela", a assombrar a Medicina.

A boa prática é baseada na humildade.