segunda-feira, setembro 24, 2007

Winery

Foi precisamente por todo o alvoroço desta época que tanto aprecio, que tirei alguns dias do trabalho que tanto adoro, a Medicina, para o trocar por um mais braçal, a Agricultura, e entrar na cadeia que leva à produção do líquido que alguns dizem vindo dos Deuses, mas que eu, em opinião própria abomino, nem mesmo pelas suas qualidades "terapêuticas" quando ingerido em quantidade moderada.
É a vindima que hoje recordo. Mais que uma necessidade, trabalho ou prática enóloga, é uma paixão andar na colheita do fruto e mais tarde participar no seu processamento. O prazer no pisar das uvas, as "cócegas" que faz, a alegria que dá ver todo este acto, faz-me pensar em mim um pouco como agricultor, mais próximo da terra, perto da fonte da vida. Como se aqui visse a criação de vida e o seu sustento e na Medicina uma forma de tratamento e manutenção da mesma. Como duas áreas que na sua essência mais filosófica se completassem.
E se tiver forças todos os anos terei uns dias disponíveis para este acto de amor, e quem sabe um dia com uma dedicação mais próxima desde o rebentar dos primeiros ramos, passando pelo acarinhar da videira ao longo do processo de evolução até à conclusão do processo que é a colocação do néctar nos pipos! Mas como se costuma dizer, embora noutras ocasiões...

Até ao lavar dos cestos é vindima!

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