quinta-feira, setembro 27, 2007

Revisitar

Que excelente pretexto! Aproveitei a ida do Sporting a Guimarães pela ocasião da recém criada taça da Liga, para revisitar velhos e bons amigos!
Foi tudo mais ou menos combinado de antecedência, mas com o seu quê de improviso do momento, factor preponderante para que esta minha viagem corresse bem... Pois sei perfeitamente que comigo e com os meus planos, tudo o que é feito com muita antecedência nunca corre pelo melhor, ou acaba em muitas circunstância por não acontecer.

E então lá fui eu... À descoberta do conhecido, e passar em primeiro lugar por Santa Maria da Feira, ou mais exactamente por uma freguesia próxima, para revisitar um grande amigo, que por força do afastamento natural imposto por estudos, trabalho ou simplesmente pela vida, já não era visto e ouvido há "c'anos". E que agradável surpresa, vai ser pai! Quem diria que também este antigo seminarista teria uma vida conjugal e os seus frutos antes de muitos outros que nunca sequer ponderaram dedicar a sua vida a uma causa maior, a de servir a comunidade.
Como visita de médico que foi, não me pude ali demorar, onde fui tão bem recebido. E como teria sido bom ter ficado um dia ou dois para actualizar tantos dias de ausência. Mas parti... A cidade berço, essa que pela tradição lusitana diz ter visto nascer o grande D. Afonso Henriques e que se tornaria verdadeira pedra angular do patriotismo emergente, aguardava por mim.
E com mais uma das minhas peripécias! Com convicção plena na minha memória arrisquei e tentei encontrar uma rua que, dizem os que lá vivem, não é fácil de chegar à primeira! Mas com o milagre das comunicações sem fio, lá encontrei a terra de "Vera Cruz", o local onde aportei a minha embarcação, ponto de partida para uma noite de aventura. Não antes, sem reencontrar um enorme amigo... grande amigo seria dizer pouco. Um amigo que se tornou maior no paradoxal naturalismo da ausência. E como louco que sou, ou me tornei, decidi ir à batalha de São Mamede, ostentando as armas de uma facção distinta à do visitado! Mas com a coragem que nunca tive, lá fui, orgulhosamente acompanhado até ao estádio, rodeado pelo "inimigo", que não pouco frequentemente me olhava com ar ameaçador de quem agride violentamente alguém! Mas não fosse o meu ar de superior postura física, não sairia daquele local vivo. E ganhámos, mesmo que no final me tenha encolhido, enfiado o rabo entre as pernas e tentado passar o mais despercebido possível, não fosse algum dos peões ou cavaleiro contrário enfiar a sua espada, adaga ou o tão elegante pico no meu peito, que abriria, mesmo assim, ao embate, tal era a felicidade da vitória!

Acabei por pernoitar em terras minhotas, adocicado pelo aroma do início de fermentação do vinho que aqui é verde! Mas isto é tema de outra conversa...

Parti no dia seguinte, com o coração mais feliz, não pelo resultado do confronto futebolês, porque esse tipo de felicidade é fugaz, mas por numa só viagem ter feito a ligação entre dois amigos que estimo muito, aproveitar num dia no que em outras ocasiões seria impossível concretizar, pelo comodismo, inércia ou preguiça.

Quando voltei a Viseu... Nem um minuto descansei! Convocado para mais uma batalha, agora na condição de veterano, e continuar a vindima que se arrastaria por mais 4 longos e fastidiosos dias, mas que se passariam bem, pela motivação de dever e prazer cumprido!

Voltarei, se Deus quiser!

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