quinta-feira, janeiro 04, 2007

Trapalhada monumental

Ano Novo, Vida velha...

Os últimos dias têm sido uma grande confusão. Se não fosse português, habituado a este tipo de funcionalismo público, estranharia todo este acumular de situações, com o seu quê de cómico, pelo ridículo que representam.
Como já devem saber, pelas poucas notícias que têm saído, há883 médicos recém-licenciados à espera de começar a trabalhar. É a resposta a um sem número de bocas que ouço diariamente desde há 6 anos. Nem aqui se tem trabalho garantido! Basta o capricho de um Ministro, Secretário-Geral, ou Director de uma qualquer instituição, e zás... Estás no desemprego. Por um mês, agora, mas sabe-se lá quando toda esta situação estará resolvida. Dia10, ou não, confirmar-se-á a data de entrada ao serviço, tanto desejado, ora não seja o lema que a partir de agora nos regerá: "A saúde de meus doentes será a minha primeira preocupação". E é por isso que queria começar já a trabalhar, remunerado ou não...

...Por isto e porque quero ultrapassar esta "depressão pós-parto" pela qual atravesso após ter "parido conhecimento" no exame de especialidade. Tanta euforia, tanto esforço prévio, e depois tudo passou num ápice, e ficou um vazio, de meses, que em retrospectiva, pouca felicidade me trouxeram. É mais um daqueles casos, que olhamos para o passado e dizemos, "se pudesse voltar atrás, mudava...". Provavelmente não mudava nada, mas não deixaria de viver, de aproveitar a vida e as suas oportunidades, e mais quando a ambição também não é muita. O objectivo a alcançar é Medicina Interna, e para isso não é preciso noventas, embora essa pequena porção de orgulho que nos consome, queira sempre ultrapassar a realidade humilde para gritar bem alto "Estou aqui por opção e não porque não consegui mais e melhor".

Mas esperemos que tudo passe, o Blues em que estou metido e a embrulhada em que me meteram. Quem sabe, uma esteja dependente da outra! E quando tudo isto passar, então sim, entrarei em 2007 com o pé direito.

Bom Ano de 2007 a todos!

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