segunda-feira, janeiro 29, 2007

Mudança

Mais uma vez devo andar a interpretar mal a situação, como tantas vezes ocorreu no passado. Mas de uma coisa eu sei. Quando as situações são confusas, há a necessidade de se usar linguagem cuidada, de se reflectir o que se diz, para evitar maior confusão... Confuso? Agora que volto a ler também me parece. Mas quando se trata de sentimentos maior é o cuidado preciso. Palavras que nos fazem pensar, por mais insignificantes que sejam ou aparentem ser, palavras que melhor seriam não ditas, só idealizadas, como sendo parte de um sonho. Isto porque não compreendo, quando mencionaste em tom algo dúbio de mistura entre ciúmes e escárnio, a existência de "outra", não compreendo quando me "fazes pertencer-te".

Porquê esta mudança? Já me acostumara à ideia de ser só um amigo, como tantos outros, com quem se gosta de passar bons momentos, mas só isso. Mas agora senti em mim uma "recaída" em sentimentos que há muito não experimentava abertamente, se bem que no fundo nunca fui outro desde que te conheci, viciado na "heroína" que representas para mim. Voltei a recuperar o sentimento que tantas vezes me fez feliz e sofrer. O sentimento, que por amor, deixaria tudo por ti, os meus sonhos, as minhas ambições, tudo aquilo que me é mais querido só para estar perto de ti, contigo, mudar para me adaptar a ti, à tua vida, viver apenas para te fazer feliz e com isso sentir-me eternamente completo.
No passado, vários foram os momentos de verdadeiro delírio esquizóide, desde reafirmar o meu amor eterno, até tentativas vãs e frustres de te tentar esquecer, mas no tempo que passou, sempre permaneceu essa dúvida não esclarecida do porquê de tanta "resistência". Mas mesmo continuando sem entender, digo, na esperança de estar de alguma forma certo, dando um tiro no escuro, que tudo na vida começa e se constrói com aprendizagem, desde o nascer, ao crescer, o estabelecer relações, beijar, amar. E é o medo que grande parte das vezes, faz hesitar partir para o desconhecido, arriscar e mesmo assim ter no fim de tanta luta a esperança de felicidade.

As noites sem dormir, os dias passados na angústia de ouvir notícias tuas, a percepção de que as nossas vidas dificilmente serão compatíveis, os conselhos do meu irmão a dizer-me para esquecer e avançar, e só conseguir gritar em silêncio que eu sou Páris e tu minha Helena, eu sou Romeu e tu minha Julieta, eu sou Pedro e tu minha Inês Rainha...

"As pessoas entram nas nossas vidas por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem."
Anónimo

1 comentário:

Anónimo disse...

Buáaa!!!
Vejo com tristeza que não te ensinei nada ao longo destes anos.

Estaremos para sempre ligados, mas nunca tivemos a mesma perspectiva da vida.

"Tu é que sabes" assinado, Anónimo!!