sexta-feira, agosto 25, 2006

Represas na Renascença

Às vezes "acontece" que "fora do tempo" e pela voz de um "ser poeta", ontem à noite, Viseu e o Mundo, desde a "EN 125 azul" até "Timor", ficaram "enfeitiçados", por um cantor, que na minha opinião, é um dos melhores de Portugal. Chega de jogo de palavras... Já devem ter reparado que vos estou a falar do Luís Represas!
É certo que nem sempre as suas músicas de sonoridade particular, acompanham o ritmo das suas letras, tão cheias de significado, mas é inquestionável, a sua majestade em palco, não pela produção que apresenta, mas sobretudo, pela sua simplicidade e paixão pela qual se entrega à música.

E por isso mesmo, é tão fácil identificarmo-nos com certas letras deste autor/cantor, e ficar a matutar na nossa vida, nos nossos sentimentos, nos nossos desamores. E para vos mostrar como me sinto desde há algum tempo, aqui vai uma das suas músicas, "Acontece".

Acontece

Eu fui ao teu desencontro
Pra não te ver. Nunca mais!
Pra mostrar que sou dos tais
A quem dói o cotovelo
Eu fui ao teu desencontro
Para te desencontrar
E para descobiçar
As ondas do teu cabelo

Eu fui ao teu desencontro
Porque nada me dizias
Passa bem nem os bons dias
E fingias não me ver
Eu fui ao teu desencontro
Só para te desfalar
Para me desabraçar
Dos teus braços de mulher

Ás vezes Até parece
Que não vai dar
Não apetece
Não
E quando vamos largar
É que tudo acontece
Ás vezes
Até parece
Que amamos fora de mão

Eu fui ao teu desencontro
Sem uma ponta de despeito
Nem sequer vi no teu peito
O coração de rubis
Eu fui ao teu desencontro
Só para te desbeijar
Para me descompassar
Da dança dos teus quadris

Quando nos desencontrámos
Deu-se a química secreta
Essa fórmula discreta
Em que somos equação
Pomos lá tudo o que temos
O que queremos e não queremos
E acabamos mais ou menos
Ao encontro da paixão.

Sem comentários: