quarta-feira, abril 02, 2008

Reabriu

Pois é... Brincadeira de 1 de Abril! Para os que ficaram tristes por não ser um encerramento sério, podem mesmo levantar uma queixa crime contra mim, na 4ª vara da 1ª secção do tribunal cível do distrito judicial do concelho de Lisboa, se é que existe! Como poderia eu encerrar um espaço onde me faço ouvir, sobretudo para mim próprio, onde coloco um pouco do que diariamente escrevo.
Sei que na maior parte das vezes, a qualidade é tão baixa que mais valia nem "abrir a boca", ou melhor, não dar "corda aos dedos". Mas no silêncio dos meus pensamentos, que agora quase não partilho com ninguém, sobretudo contigo meu irmão que rapidamente ganhas raízes na Baviera, vejo-me diariamente com tanto para contar, com tanto para dizer, e é na escrita que encontro esse meu outro eu que tem paciência para me ouvir, que não se cansa das minhas estupidezes, que está sempre disponível para se sentar ao pé de mim e me fazer companhia.
Encontro-me por vezes nestes monólogos, que me aquecem, aconchegam, me fazem sentir útil a mim próprio, no egoísmo que guardo para dentro, num contraste de entrega lá fora, num mundo que diariamente nos quer, sem misericórdia, consumir cada vez mais.

E tanto que fica ainda assim por dizer, tanto que tenho escrito em papel, numa fase em para além de estudo, redescobri também a paixão que é deslizar uma pena sobre uma folha em branco, enchê-la de palavras soltas que rapidamente crescem e se tornam em frases adultas e completas. O prazer que dá ao ritmo de pensamentos nem sempre conexos acompanhar em escrita o que a mente vai criando. Escrever cartas sem um destinatário e guardá-las para quem sabe num passado futuro, as reler, e encontrar palavras de um Sebastião que era um louco, um idealista, um estúpido romântico que vivia uma cruel realidade com ilusões de querer ser diferente...

E assim continuarei, a expor pedaços de mim a quem estiver por aí, a mim, a ti meu irmão que sei que és o meu mais fiel "ouvinte" e a alguns outros, que por aqui passarão com maior ou menor frequência. Retalhos de uma vida descontínua, de momentos que por vezes demoram a ser revelados, mas que o silêncio que sempre fui sobre o que verdadeiramente sinto me fazem criar, neste espaço que me acompanha desde há 2 anos, nessa altura em que me passei definitivamente a partilhar na blogosfera.

Matrafão, a narrar desde 2006...

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