quarta-feira, junho 20, 2007

Trabalho Infantil

Que diferença há entre uma criança que trabalhe no campo e uma que ganha a vida a fazer telenovelas, ou a ser um desportista de alta competição?

Tenho perfeita noção das minhas palavras, polémicas, levadas mesmo a um extremo de comparações, mas com convicção de que se trata de situações no fundo bem semelhantes, ora veja-se o caso da educação. Ambos acarretam inevitavelmente à perda de tempo para os estudos.
Ora, então porquê culpabilizar pais que colocam os seus filhos, na ajuda de um sustento familiar, cada vez mais difícil de obter com o precário equilíbrio diário entre receitas e despesas domésticas, e não incriminar de igual forma os pais que incentivam ao trabalho menor em telenovelas de "geração irreverente", ou em modelos espartanos de desportistas, futebolistas e afins, quando no fundo há a intenção última de explorar o rendimento que possa advir da criança. Sejamos coerentes. A ajuda infantil, o trabalho infantil sempre fez parte do dia-a-dia de todas as culturas e foi a consciencialização neo-humanista que recriminou este tipo de actuação. Não estou desta forma a defender o trabalho infantil, mas a alertar para a tomada de medidas que o evitem, e eis que surgem os mal afamados ses. Se houvesse uma política social justa, não seria preciso recorrer vezes sem conta à mão-de-obra infantil. Se houvesse incentivo à fixação da criança na escola, toda esta problemática acabaria, entre tantas outras soluções, para evitar o recurso à criança para rendimento.

Mas num ponto, acho estarmos todos de acordo... O recurso a crianças para lutar "guerras dos adulto", é que se deve abominar de todas a formas possíveis.

"Tens direito a protecção contra a exploração económica, ou seja, não deves trabalhar em condições ou locais que ponham em risco a tua saúde ou a tua educação. A lei portuguesa diz que nenhuma criança com menos de 16 anos deve estar empregada."

in carta dos Direitos da Criança – ARTIGO 32º

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