terça-feira, fevereiro 06, 2007

Nem bom nem mau

E lá saiu a chave definitiva da prova de seriação de acesso ao Internato Complementar 2007. Que nome pomposo podemos dar às coisas simples! Mas isso é outra conversa...
Para mim foi nem bom nem mau. Subi alguns pontos desde a chave provisória, mas mal feito fora não ter subido. Algumas das questões tinham erros grosseiros, que num estado justo seriam considerados inadmissíveis. E apesar de não ter ficado completamente satisfeito com a correcção feita pelo Júri de recurso, da qual não há direito a recurso, que em algumas questões nos chamou indirectamente de meninos pedinchões, burros, incompetentes e com desculpas "esfarrapadas" para o desconhecimento, lá consegui ultrapassar a "barreira psicológica", auto-imposta do 70. Não foi mau, tive 71!
Não é mau, porque julgo ser o suficiente para a vaga que me está destinada de Medicina Interna em Viseu, mas por outro lado, permanece eternamente a insegurança de ser insuficiente e ter que ir para outro lugar em busca da vida que quero abraçar com toda a dedicação, empenho e paixão. E por outro lado este exame não revela de forma alguma o verdadeiro conhecimento de um jovem médico.

Como sabem, os que fizeram esta prova a determinado momento da sua vida, não pode haver prova mais ingrata, que em primeiro lugar só avalia a capacidade de concentração de uma pessoa, uma vez que por vezes as respostas possíveis são tão semelhantes, em segundo lugar só avalia a capacidade de memorização de insignificâncias e não o verdadeiro conhecimento técnico-científico essencial para um médico e que por último, se define a um ponto essencial, a sorte do momento. Seja uma realidade ou o somatório de factores não controláveis por cada um de nós, a sorte é determinante nesta prova e que faz toda a diferença entre a entrada numa especialidade e local que se deseja e uma outra qualquer situação de tão complexa, não ser explicável.
Ficamos serenamente à espera do mapa de vagas, que na minha opinião deve responder às verdadeiras necessidades do país, e não economicistas ou de outra ordem, e ter muitas vagas sobretudo de Pediatria, Ginecologia-Obstetrícia, Cardiologia, e um sem número de outras "super especialidades", para que as pessoas se possam sentir realizadas em trabalhar numa área médica que gostem verdadeiramente, e desta forma deixar a Medicina Interna para quem a ama de verdade. Independentemente de ser muito trabalhosa, ou pouco gratificante monetariamente. É que a realização profissional e a realização pessoal são complementares e acabam por ser um dos pilares da felicidade, e...

A felicidade não tem preço.

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