Em que pessoa me tornei depois de tudo isto? Depois de todo esse sofrimento, em que tentei perceber as respostas, as vias de fuga ou caminho que teria que assumir após o que aconteceu.
Quem é a pessoa que agora parece mais fria e insensível, perante ti, o teu toque, as tuas palavras, que dizem me amar, mas com a cabeça continuamente noutra pessoa, numa interacção que parece ir mais além de um pecado da carne, mas que questiono se não será uma verdadeira união. Procuras respostas perante tudo isto, como se um momento de maior contacto te possa esclarecer ou dissipar todas as dúvidas.
E questiono-me, porque fiquei assim.
Indiferente? Como se já não me fizesse dano nada disto. Nesse vazio de sentimentos que aparentemente sinto por ti.
Liberdade? Como se assumisse que num amor maior que sinto, a entrega do corpo e alma, fosse por respeitar profundamente e amar essa tua autonomia.
E o que fica e ficará para mim? Uma falsa dependência cega de ti, ou permitires-me a mim também o gozo de uma liberdade de ficar só, ou encontrar um novo caminho de luz por entre a escuridão? Não são respostas imediatas que procuro, que sejam resultado de decisões pouco reflectidas, dessas que por tanto se ponderar, acabam por ficar vazias de conteúdo pelo resultado do comodismo e segurança que nos dão. Mas também nada ponderadas, pela precipitação de uma chama intensa, que rapidamente se possa extinguir.
Só sei que já não dói. Há em mim uma maturidade que consegue definir agora com clareza o que pretende e que se sente sereno das decisões que o futuro possa trazer. Não é fuga de ti, que amo, mas sim essa liberdade que te dou para decidires o bem que queres para ti e ficar feliz pela tua felicidade.
Quero que sejas acima de tudo Feliz.