domingo, abril 23, 2006

10.000.000 de Alfacinhas

As últimas notícias têm-me deixado muito desgostoso.
Querem fechar maternidades por todo o país, sobretudo onde mais elas são precisas, o interior tão já martirizado por políticas agrestes com o único objectivo de o desertificar. Qual melhor maneira de fixar população do que fazer nascer novos cidadãos no interior, criar desde cedo vínculos a um local.

Mas não... Só se ouvem falar em gastos, gastos e mais gastos. Só ouvimos falar em gastos. Mas que melhor maneira de gastar do que com o povo.
O estado vive para o estado ou para os portugueses? Parece que se quer substituir o que Abraham Lincoln brilhantemente um dia disse "...that government of the people, by the people, for the people..." para uma expressão tão à portuguesa "um governo dos políticos, pelos políticos e para os políticos". A minha opinião é que não consigo conceber um país sem população. E sempre era preferível cortar em bens não essenciais, como um TGV que quando chegar já vem atrasado e despropositado ou de um sem número de autoestradas, quando temos as estradas nacionais com urgência de obras, do que em bens que fazem a população viver, como a Saúde e o suporte Social.
Vivemos num país com acentuadas assimetrias, onde cada vez mais os partidários de uma facção se safam com a famosa "cunha" (=corrupção), e os que mais necessitam vivem na sombra da caridade que de vez em quando cai dos que detêm o poder.

Basta de arrogância, cinismo e de cegueira estúpida. Por favor, façam, uma vez que seja, o que é correcto e mantenham, apesar de algum custo adicional, as maternidades abertas, ou iremos ver cada vez mais, a fuga acentuada para os grandes centros urbanos de forma perene ou sazonal (durante a gravidez e parto) de população para ter o seu filho, nomeadamente, aquela que parece ser a única cidade portuguesa... Lisboa. Mas existe mais Portugal, por mais "serrano" que possa parecer.
Bragança, com o seu castelo (Portugal, UE)
O resto não é só paisagem

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