Como sei que já passou a emoção inicial de andarmos pelos blogs dos amigos e conhecidos, a ler e reler os nossos comentários sobre a vida, sobre o mundo, sobre nós próprios, decidi, expor mais uma vez um pouco de mim, dos meus sentimentos mais profundos e verdadeiros, porque tenho a sensação que não será mais do que um monólogo interior pessoal e intransmissível...
Como é
difícil esquecer os que amamos. Digo isto, porque tenho sentido uma enorme dificuldade em esquecer uma pessoa que foi, e continua a ser muito querida para mim. O mal é que quando estou com ela, não consigo distanciar-me ao ponto de distinguir onde pára a amizade pura, e começa o amor ardente. Quando não estou com ela, perco dias em memórias frustes de momentos já passados e que não voltarão mais... Se ao menos viéssemos com um interruptor de On/Off para amar!
Sentimo-nos em perfeita harmonia, quando sentimos que do outro lado, o amor é correspondido, mas no momento em que nos dizem "sinto-me horrível, mas deixei de te amar...", sentimos como se o mundo estivesse para acabar e que estas palavras ficarão para sempre gravadas no nosso coração, mente e em última instância na nossa auto-estima (leia-se orgulho). Mas mesmo neste momento acreditamos que viver é possível, que apesar de tudo resta a amizade ("...perdi um óptimo amor, ganhei um excelente amigo..."), mais forte que o amor e que resiste às intempéries sentimentais... Mas mesmo este se torna difícil nos reencontros, onde os
sentimentos ilimitados de afecto, paixão e carinho, são em grande parte
recalcados e mesmo eliminados, transformando-se em momentos de silêncio e sublimados sobre a forma de suspiros, porque somos incapazes e cobardes em dizer "Eu continuo a amar-te apaixonadamente, como o Sol precisa da Lua... Amo-te tanto que coloco todo o meu ser à tua disposição, eu pertenço-te, cativo que fiquei para sempre do teu olhar, do teu sorriso, da tua alma...". Mas, apesar de tudo há a necessidade de respeitar a decisão da outra pessoa, porque a nossa maior felicidade, vem quando vemos que a pessoa a quem entregámos a nossa vida se sente infinitamente feliz assim, mesmo que isso signifique a nossa distância.
É aqui que nos apercebemos, que a
única solução é o afastamento total, para que num momento (in)feliz da nossa miserável e insignificante vida, as memórias possam partir para sempre e dar descanso ao sofrimento, à dor, ao choro, para que prevaleça o esquecimento, permanecendo na esperança de que um dia consigamos encontrar de novo a alegria e harmonia, um pouco mais pobres, é certo, por entregarmos bastante de nós a alguém que partiu e nunca mais voltou.
"Se viveres cem anos eu quero viver cem anos menos um dia, assim nunca terei de viver sem ti"
Winnie Pooh